Imagine um casal

Imagine se você bebesse demais numa festa de casamento de uma ex-namorada de adolescência. Agora, imagine se justamente nessa festa fosse o dia de conhecer a mulher de sua vida. Feche os olhos e tente imaginar. E se você for mulher, faça esse exercício, não imaginando o contrário, como se estivesse no casamento de um ex-namorado de adolescência, mas tentando encontrar o homem de sua vida na festa de casamento da irmã de uma amiga.
Mas me permita voltar aos meus amigos: imaginou? Três (ou mais, tá bom!) doses de uísques (doses de casamento de japonesa, meu chapa!!!), e aquela mulher, aquela mesma que você observou tão cuidadosamente durante a celebração da igreja, e agora ela na sua frente, com aquele vestido preto, cabelos ondulados e compridos, linda, linda, linda. Quase um arrependimento batendo pela alta dosagem etílica (não fosse o fato do superego estar completamente embriagado).
Imagine-se chegando em sua amiga e pedindo informações sobre aquela moça, de vestido preto, tá vendo? E ela gritasse: Regina, meu amigo quer te conhecer!!! E imagine se você fosse tímido... Imagine: a moça me deixa em casa . Quer me dar seu telefone, imagine. Alguém tem papel e caneta? Nós também não tínhamos. E me dá seu nome completo. Regina Melchior. Imediatamente, lembrei-me da dica dos especialistas em memorização, pensei no Belchior e disse para mim mesmo que seria impossível esquecer e que encontro na lista telefônica, é claro.
Imagine a ressaca. A casa cheia de amigos para comemorar a festa de quinze anos de sua sobrinha. Imagine a vontade de rever a moça. Eu totalmente apaixonado. Ela, a espera ansiosa pelo tocar do telefone. Sabia que tinha de lembrar o nome do cantor. Procurei. De A a Z, mas só me lembrava do Fagner. Então foi um tal de agora tenho certeza, lembrei, claro, é Bagner, não...é Lagner, ou será Zagner...e nada. Imagine isso... Agora imagine: seis da tarde, seu amigo pega o violão, põe um acorde de sol maior, se apruma, e, sem saber de nada, atira: “Foi por medo de avião...”. É pra beijar um amigo desse ou não???

Comentários

Anônimo disse…
Adorei a parte da memorização, hahahaha

Um conselho: beija o amigo não, dê um abraço, guarde seus beijos para a Rê.
Roberto Oliveira disse…
Tens os tons do cronista , meu filho!!!!! Aliás, meu irmão... do cronista, meu irmão, de cronista! Lindo lindo lindo! Mais e mais, por favor!
Fábio Adiron disse…
As histórias de amor são sempre cheias de encontros e desencontros e, principalmente, de grandes surpresas.
Regina Melchior disse…
Só posso dizer que fui às lágrimas... beijos, com imensamente mais amor do que naquele dia...
carina paccola disse…
Essa história é muito boa, Paulo. Eu já tinha ouvido você contar e ela merecia ser escrita. Ficou ótimo o texto. beijão pra vc e pra Rê (ou será Zê? ou Dê? ou Mê?)
Paulo Cesar disse…
Vilma, esse amigo anda desaparecido. Mas a alegria foi tanta que tasquei-lhe um beijo, sim...

Eh, Robertão...palavras como essas só podem vir de um irmão apaixonado!!!

Fábio, é uma surpresa atrás da outra com essa minha querida.

Regina, te amo.

Carina, a gente já tinha rido muito dessa história. Qualquer dia conto uma das suas aqui...kkkk
beijo...

Postagens mais visitadas deste blog

Henrique

Conto ou não conto